sábado, 23 de agosto de 2008
Casa
Perguntaram.me no outro dia como estava... eu disse que ia andando, que as coisas no meu trabalho estavam bem, e de resto tudo corria normal... esse alguem ficou a olhar fixamente para mim, e perguntou-me novamente: Como estas? e de seguida abraçou-me...
Quase como se tivesse accionado um mecanismo qualquer automatico, eu comecei a chorar, e disse por entre os soluços que nao sabia como estava, que quase ja nem me reconhecia...que tinha perdido pessoas que nem sonhava perder, e que cada vez que chegava a casa e olhava ao meu redor, so sentia um vazio... ninguem a minha espera, ninguem para me perguntar como estou,ao invés so tenho as perguntas do costume, ditas quase como se de um robot tratassem: como foi o teu dia? fizeste muitos contratos? aguardam cerca de 5 segundos, se nao obtiverem resposta, mudam logo de assunto... Ja sabes o que é para fazer para jantar...
E á noite quando me deito, olho para aquela cama enorme, e penso no porque de so ter o cobertor para me aconchegar e a almofada para me ouvir... A verdade é que chego a casa e nao me sinto em casa, é como se estivesse a morar com estranhos, que tentam comandar a minha vida sem sequer se importarem com o que penso , ou passo... se seguir as regras estou sempre safa, mas quando as quebro, é como se um furacao entrasse pela porta e levasse com ele qualquer tipo de restia de paz...
Quando la entro so queria sentir-me como me sinto agora...aqui nos teus braços...sinto que mesmo que esse furacao passasse agora aqui, nao iria levar todo o carinho que esta aqui presente...sem querer deste-me uma casa para morar, para me refugiar das pequenas guerras que vou enfrentando...é como se fosses o curandeiro das minhas feridas...
Por isso quando te vejo,é esta paz imensa que sinto em mim, por isso posso mesmo dizer que és o meu refugio, a minha casa...
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Ha ja algum tempo, que tento transpor para o papel, o que me vai na alma, como me tenho sentido nestes ultimos dias... principamente desde a ultima semana...quando estava preparar-me para ir de ferias, quando o meu telemovel tocou, e quando ouvi o meu Papi do outro lado com a voz mais triste que alguma vez ouvi nele, a dizer-me que o meu amigo tinha falecido... o meu amigo com o qual ia estar nesse dia, que ia abraça-lo e dizer-lhe o quanto senti a falta dele...tive tantas oportunidades de o fazer por mensagem, pela internet, mas sempre achei que quando estivesse com ele seria o momento certo...e quando o vi deitado naquele caixao branco, completamente sereno, eu percebi que nao ha momentos certos e adequados para se dizer o quanto se gosta de alguem...para lhe mostrar o quanto é importante para nos... o momento é agora, neste preciso momento enquanto teclo, enquanto tento que percebam o vazio que sinto neste momento, a dor, a perda que todos nos sofremos no dia 11 de Agosto de 2008... porque pode ate haver o momento certo, aquele momento que faz parar o nosso mundo, que nos tira o folego, mas nunca ha um momento certo para a despedida, e eu ainda estou a tentar encontrar o meu... ainda nao consigo acreditar... acho que quando acolhemos alguem no nosso coraçao, na nossa alma, custa a aceitar que ela ja nao vai sorrir connosco, puder olha-la nos olhos, puder toca-la... mas o que me conforta talvez, é saber que tu, meu amigo, estas num lugar muito melhor que este, a olhar por nos, a rir-te das minhas asneiras...sim, porque sao muitas... eu nao sei o rumo que a minha vida vai levar, mas vou levar-te sempre comigo, e todos aqueles que ja me embalaram, que me alimentaram a alma, com todo o amor que me deram, que contribuiram para a pessoa que sou hoje...
por isso desculpa se nao te consegui dizer adeus... desculpa nao ter conseguido tirar-te de mim, desculpa nao ter esquecido todos os momentos que passamos juntos, desculpa ainda ter a esperança de um dia te puder abraçar e dizer o quanto senti a tua falta, porque acredito que esse dia vai chegar, acredito que nunca ha um adeus...ha sim ... ate um dia...
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Ate um dia, meu amigo
Olha por todos nos... E um doce dia nos encontaremos todos outra vez... A musica fala por si e por todos nos...
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